A fratura de quadril é uma das lesões mais graves em idosos. Além da dor intensa, costuma levar à
perda súbita de autonomia, imobilidade prolongada e risco elevado de complicações clínicas.
Mesmo após a cirurgia, muitos pacientes não conseguem retornar com segurança diretamente para casa.
No SerraVille, clínica de reabilitação geriátrica multidisciplinar,
a fratura de quadril é tratada como uma condição de alta complexidade, que exige um programa estruturado
de reabilitação, suporte médico diário e equipe especializada em idosos.

Principais tipos de fratura de quadril: colo do fêmur e fratura transtrocanteriana
A fratura de quadril ocorre na parte proximal do fêmur, geralmente após quedas em idosos. As duas formas
mais frequentes são:
Fratura de Colo do Fêmur (intracapsular)
A fratura de colo do fêmur acontece logo abaixo da cabeça femoral, dentro da cápsula articular do quadril.
É muito comum em pacientes com osteoporose avançada e está associada a maior risco de necrose da cabeça
do fêmur. Em muitos casos, o tratamento exige prótese parcial ou total do quadril (artroplastia).
Fratura Transtrocanteriana (extracapsular)
A fratura transtrocanteriana acomete a região entre o trocânter maior e menor do fêmur. Também está
frequentemente relacionada a quedas de baixa energia, mas apresenta vascularização óssea relativamente
melhor, o que favorece a consolidação. O tratamento costuma ser cirúrgico, com placas, parafusos ou haste intramedular.
Em ambos os casos, a cirurgia é apenas o primeiro passo. A reabilitação precoce é determinante para
que o idoso volte a ficar em pé, recupere a marcha e reduza o risco de dependência definitiva.
Por que idosos têm tanto risco de fraturar o quadril?
Com o envelhecimento, há combinação de fatores que aumentam a chance de quedas e fraturas:
- Osteoporose e baixa densidade mineral óssea;
- Sarcopenia (perda de massa muscular) e fraqueza;
- Alterações de equilíbrio e marcha;
- Uso de medicações que causam tontura ou sonolência;
- Problemas visuais e ambiente domiciliar inseguro;
- Doenças crônicas que comprometem reflexos e coordenação.
O tema é tão importante que o SerraVille mantém conteúdos específicos sobre o tema, como
fisioterapia geriátrica na prevenção de quedas e
fisioterapia para prevenção de quedas entre idosos
.
Consequências da fratura de quadril e da imobilidade
Após a fratura e a cirurgia, o idoso enfrenta alto risco de:
- Perda acelerada de massa muscular e força;
- Dor crônica e limitação de movimento;
- Trombose venosa profunda e embolia pulmonar;
- Pneumonia associada à imobilidade e à dor para respirar profundamente;
- Úlceras de pressão (escaras);
- Desnutrição, desidratação e constipação;
- Queda do nível de consciência, delirium ou agravamento de quadros demenciais pré-existentes.
Sem um programa de reabilitação adequado, muitos pacientes não recuperam o nível de independência que
tinham antes da fratura e podem tornar-se dependentes até para tarefas básicas.
Os 3 Itens Fundamentais da Reabilitação após fratura de quadril
A experiência do SerraVille em reabilitação geriátrica multidisciplinar
mostra que a recuperação após fratura de quadril depende de três pilares principais:
1. Mobilização precoce e recuperação da marcha
A imobilidade é o maior inimigo do idoso. Por isso, a reabilitação deve começar o mais cedo possível,
sempre respeitando as orientações do cirurgião ortopedista. A mobilização precoce inclui:
- Exercícios ainda no leito para prevenir perda muscular e trombose;
- Treino para sentar, levantar e permanecer em pé com segurança;
- Treino de marcha com andador, muletas, barras paralelas ou outros recursos;
- Exercícios de equilíbrio e coordenação para prevenir novas quedas.
Conteúdos como
fisioterapia na reabilitação pós-operatória
ilustram a importância de iniciar cedo o tratamento fisioterapêutico após cirurgias ortopédicas.
2. Treino funcional e reaprendizado das atividades de vida diária (AVDs)
Depois de uma fratura de quadril, atividades simples como tomar banho, vestir-se, levantar da cama,
utilizar o banheiro ou caminhar dentro de casa podem tornar-se extremamente difíceis.
O trabalho conjunto de fisioterapia e terapia ocupacional foca em:
- Treinar transferências (cama → cadeira → marcha);
- Readaptação para banho, higiene, alimentação e uso do vaso sanitário;
- Orientações para adaptação do domicílio (barras de apoio, retirada de tapetes, organização de móveis);
- Ensino de técnicas para uso seguro de dispositivos de apoio (andadores, bengalas, cadeiras de rodas).
Esse foco funcional é parte essencial da proposta do SerraVille de reabilitação prática, voltada para o
dia a dia real do idoso e de sua família.
3. Suporte clínico e multidisciplinar contínuo
A recuperação após fratura de quadril não depende apenas da fisioterapia. Muitos pacientes são portadores
de múltiplas comorbidades (hipertensão, diabetes, doenças cardíacas, demências, Parkinson, sequelas de
AVC), o que aumenta a complexidade dos cuidados.
No SerraVille, o idoso tem acesso a:
- Médico clínico e/ou geriatra acompanhando a evolução;
- Enfermagem 24h, treinada em cuidados ao idoso frágil;
- Nutricionista, para adequar dieta e prevenir desnutrição;
- Psicologia e neuropsicologia, quando indicado;
- Equipe de fisioterapia, terapia ocupacional e, quando necessário, fonoaudiologia e fisioterapia respiratória.
Essa abordagem integrada é a mesma filosofia aplicada à
reabilitação de AVC, adaptada às necessidades específicas da
fratura de quadril e de outras cirurgias ortopédicas.
Reabilitação de fratura de quadril no SerraVille
O programa de reabilitação do SerraVille é planejado caso a caso. De forma geral, inclui:
- Planejamento diário de fisioterapia motora e treino de marcha;
- Treino de equilíbrio e prevenção de quedas;
- Terapia ocupacional para AVDs e adaptação ambiental;
- Cuidados clínicos, controle de dor e monitorização de comorbidades;
- Orientações à família sobre cuidados após a alta;
- Possibilidade de integração com
hidroterapia / fisioterapia aquática, dependendo do quadro clínico.

Tudo isso ocorre em uma estrutura voltada para
reabilitação geriátrica multidisciplinar, com
ambientes amplos, aquecidos e adaptados para o idoso em recuperação.
Prevenção de novas quedas e fraturas
Após uma fratura de quadril, é essencial reduzir o risco de novas quedas. Entre as medidas importantes estão:
- Avaliação da marcha e do equilíbrio com fisioterapeuta especializado;
- Programa regular de exercícios de fortalecimento e treino de equilíbrio;
- Revisão de medicamentos que possam causar tontura ou sonolência;
- Avaliação de visão e audição;
- Adaptação do ambiente doméstico para torná-lo mais seguro.
O SerraVille dispõe de conteúdos específicos sobre
prevenção de quedas na reabilitação geriátrica e
fisioterapia para prevenção de quedas entre idosos
, que podem ajudar famílias a entender melhor esse processo.
Quando considerar uma clínica de reabilitação para fratura de quadril?
A internação em clínica especializada, como o SerraVille, é especialmente recomendada quando:
- O idoso não consegue andar ou ficar em pé com segurança após a cirurgia;
- Existe grande dependência para banho, higiene, alimentação e mobilidade;
- Há múltiplas doenças associadas, exigindo monitorização clínica constante;
- Não há estrutura familiar ou domiciliar adequada para cuidados 24h;
- Há risco de quedas recorrentes ou piora cognitiva.
Se você tem um familiar nessa situação, nossa equipe pode orientar quanto às opções de internação,
tempo aproximado de reabilitação e metas funcionais realistas.
Entre em contato com o SerraVille e converse com nossa equipe de reabilitação geriátrica.
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