Hidroterapia – Tratamento Especializado Durante Hospedagem

Dentro da água, o processo de recuperação é extremamente potencializado.

Dificuldade de caminhar, fraqueza, dores e até depressão, dificultam ou impedem o tratamento fisioterapêutico. A hidroterapia com água aquecida reduz a sobrecarga articular e relaxa a musculatura, reduzindo a dor e aumentando a capacidade de movimentação. O meio aquático, especialmente quando compartilhado em grupo, socializa, melhora o humor e a auto-estima.

Por isso é tão expressiva a diferença entre o tratamento de idosos ou crianças dentro e fora da água.

Dra. Milena Fischer

Efeitos terapêuticos da água

  • Acidente Vascular Cerebral (ou Encefálico, AVC ou AVE): Estudos recentes sugerem efeito superior da Hidroterapia (inclusive quando de curta duração – 4 semanas) quando comparada à reabilitação convencional[8] e que a terapia convencional associada à hidroterapia pode melhorar a função dos membros inferiores, qualidade de vida e equilíbrio de pacientes sequelados de AVC[9,10,15];

  • Dor e espasticidade crônica[2];
  • Doença de Parkinson: Pacientes tratados com fisiotearpia aquática tem melhor evolução quando comparados à terapia convencional[7];
  • Doenças Reumatológicas: Esclerose Múltipla[11], Artrite Reumatóide[12], Fibromialgia[13], Osteoartrite/Artrose de joelho e quadril[14];

Hidroterapia no SerraVille

Figura 1: Dras. Milena e Carolina em Hidroterapia

  • Reabilitação pós-operatória de artroplastia de quadril : Além de proporcionar menor estresse articular, aumento da circulação, relaxamento muscular, redução da dor e facilidade de se movimentar, estudos demonstram os benefícios e a maior velocidade de recuperação[5];
  • Insuficiência Venosa Periférica (varizes) e Linfedema (edema linfático): Estimula o retorno venoso e linfático da periferia para dentro dos vasos condutores maiores[1,16];
  • Insuficiência Cardíaca: A imersão em água quente aumenta volume e fração de ejeção cardíacos, que aumenta a tolerância ao exercício. Uma meta análise recentemente publicada sugere que a hidroterapia pode ter um papel ainda mais relevante quando a IC está associada a condições que dificultem a realização de exercícios fora da piscina[18,19];

Existem ainda benefícios nas mais diversas áreas médicas, incluindo ginecologia e obstetrícia, pediatria, psiquiatria, psicologia, etc.

Além de reduzir o estresse articular e aumentar a mobilidade[1], exerce efeitos sobre diversos sistemas:
  • Cardiovascular: Imersões de uma hora até os ombros, na temperature de 34oC, pode produzir a redução de 15% na frequência cardíaca, 11% na pressão arterial sistólica e diastólica, 46% na atividade da renina plasmática, 34% no cortisol e 17% na aldosterona, enquanto a diurese aumentou em 107%[6];
  • Neurológico: A temperatura e a pressão da água durante a fisioterapia aquática pode bloquear nocioceptores e mecanoceptores e exercer efeito positivos para redução da dor;

  • Musculoesquelético: O aumento da temperatura estimula a vasodilatação e o aumento do fluxo sanguíneo muscular O auxílio da flutuação diminui a sobrecarga articular e favorece uma atuação equilibrada dos músculos, proporcionando um ambiente de fácil movimentação e que pode potencializar a realização de exercícios que não seriam possíveis em solo, principalmente em indivíduos com limitações de força e movimento;

  • Circulatório: A pressão hidrostática sobre o sistema venoso, sensível à diferença de pressão externa, facilita e estimula o retorno do sangue venoso periférico aos grandes vasos e desses ao coração.

  • Respiratório: A imersão na altura do tórax parece aumentar a taxa metabólica e o consumo de oxigênio(O2). O transporte de O2 é otimizado por causa do aumento do débito cardíaco resultante da combinação da contra pressão hidrostática e aumento da temperatura corporal.

Porque a Fisioterapia em meio aquático pode trazer tantos benefícios?

A diminuição da ação da gravidade é uma das características determinantes para o uso das propriedades da água para tratamento, criando o ambiente ideal para reabilitação de indivíduos que necessitam de menor descarga de peso nas articulações ou possuem limitações na terapia em solo.

Para compreender melhor os benefícios, é preciso citar as seguintes características físicas da água:

a) Flutuação (Princípio de Arquimedes): Quando se mergulha o corpo na água, seu peso aparente diminui, chegando a parecer totalmente anulado (quando o corpo flutua). Esse fato se deve à existência de uma força vertical de baixo para cima, que recebe o nome de empuxo. O peso corporal está divido em:

  • 08% Cabeça
  • 18% Membros superiores
  • 38% Tronco
  • 36% Membros inferiores

Na prática, uma pessoa de 70kg sustentará somente 7kg quando imersa até os ombros.

b) Pressão hidrostática (Lei de Pascal): É uma pressão constante exercida em qualquer corpo submerso, quanto maior a profundidade, maior a exposição (Figura 2). A pressão hidrostática age nos tecidos, gerando compressão de vasos sanguíneos, que auxilia o retorno venoso e a redução de edemas.

Flutuação e empuxo em imersão aquática

Figura 2: Conforme diferentes níveis de imersão, o empuxo e a flutuação aumentam. As setas representam a pressão hidrostática, que aumenta juntamente com a profundidade.

c) Viscosidade: Representa a resistência ao movimento, ou seja, determina o atrito que o líquido exerce em um corpo. A viscosidade da água é pelo menos 50 vezes maior que a do ar. Isso cria resistência aos movimentos que gera os seguintes efeitos secundários:

  • A contração muscular obrigatoriamente será mais lenta, gradual e isométrica;
  • Uma quantidade maior de fibras ou grupos musculares precisam ser recrutados;
  • Reduz a possibilidades de movimentos bruscos e lesões musculares.

d) Torque (momento de força): Representa a capacidade de rotação de uma força quando a mesma é aplicada sobre um sistema de alavanca. A aplicação deste conceito no ambiente aquático pode ser demonstrada pela interação entre a força de empuxo e o posicionamento do corpo na água. A interação implica o conhecimento da posição do centro de gravidade (CG) e centro de flutuação (CF) do corpo. Alterações de posicionamento do corpo, que possam modificar a relação entre as posições do Centro de Gravidade e do Centro de Flutuação, podem ocasionar movimentos rotacionais e favorecer a flutuação em diferentes posições (cabeça para cima, decúbito ventral).

e) Fluxo: O movimento de um corpo cria uma diferença de pressão na água, formando um ponto de arrasto ou esteira (coeficiente de arrasto). Deste modo, um paciente com dificuldades na marcha pode sentir mais facilidade em andar seguindo o fisioterapeuta, pois será “puxado” pela força de arrasto criado atrás do corpo desse.

f) Temperatura: A água é capaz de reter ou transferir calor, pelos mecanismos de condução (na qual a transferência se dá pela diferença de temperatura) e convecção (que ocorre pelo movimento do corpo, atrito). A transferência constante de calor na interação do corpo com a água pode determinar efeitos fisiológicos importantes durante a terapia, por exemplo, ajudando a diminuir o espasmo muscular, estimulando o relaxamento dos tecidos moles e reduzindo a dor [2].

Autora: Dra. Milena Sousa Fischer
Serraville Clínica & Geriatria

Referências

  1. Mooventhan A, Nivethitha L. Scientific Evidence-Based Effects of Hydrotherapy on Various Systems of the Body. North American Journal of Medical Sciences. 2014;6(5):199-209. doi:10.4103/1947-2714.132935.
  2. Kesiktas N, Paker N, Erdogan N, et al. The use of hydrotherapy for the management of spasticity. Neurorehabil Neural Repair. 2004 Dec;18(4):268-73.
  3. Park BS, Noh JW, Kim MY, et al. A comparative study of the effects of trunk exercise program in aquatic and land-based therapy on gait in hemiplegic stroke patients. Journal of Physical Therapy Science. 2016; 28(6):1904-1908.
  4. Park BS, Noh JW, Kim MY, et al. The effects of aquatic trunk exercise on gait and muscle activity in stroke patients: a randomized controlled pilot study. J Phys Ther Sci. 2015 Nov;27(11):3549-53.
  5. Łyp M, Kaczor R, Cabak A, et al. A Water Rehabilitation Program in Patients with Hip Osteoarthritis Before and After Total Hip Replacement. Medical Science Monitor : International Medical Journal of Experimental and Clinical Research. 2016;22:2635-2642.
  6. Srámek P, Simecková M, Janský L, Savlíková J, Vybíral S. Human physiological responses to immersion into water of different temperatures. Eur J Appl Physiol. 2000;81:436–42.
  7. Vivas J, Arias P, Cudeiro J. Aquatic therapy versus conventional land-based therapy for Parkinson’s disease: An open-label pilot study. Arch Phys Med Rehabil. 2011;92:1202–10.
  8. Zhu Z, Cui L, Yin M, et al. Hydrotherapy vs. conventional land-based exercise for improving walking and balance after stroke: a randomized controlled trial. Clin Rehabil. 2016 Jun;30(6):587-93.
  9. Matsumoto S, Uema T, Ikeda K, et al. Effect of Underwater Exercise on Lower-Extremity Function and Quality of Life in Post-Stroke Patients: A Pilot Controlled Clinical Trial. J Altern Complement Med. 2016 Aug;22(8):635-41.
  10. Chan K, Phadke CP, Stremler D, et al. The effect of water-based exercises on balance in persons post-stroke: a randomized controlled trial. Top Stroke Rehabil. 2017 May;24(4):228-235.
  11. Corvillo I, Varela E, Armijo F, et al. Efficacy of aquatic therapy for multiple sclerosis: a systematic review. Eur J Phys Rehabil Med. 2017 Feb 17.
  12. Eversden L, Maggs F, Nightingale P, Jobanputra P. A pragmatic randomised controlled trial of hydrotherapy and land exercises on overall well being and quality of life in rheumatoid arthritis. BMC Musculoskeletal Disorders. 2007;8:23.
  13. Bidonde J1, Busch AJ, Webber SC, et al. Aquatic exercise training for fibromyalgia. Cochrane Database Syst Rev. 2014 Oct 28;(10):CD011336.
  14. Bartels EM1, Juhl CB, Christensen R, et al. Aquatic exercise for the treatment of knee and hip osteoarthritis. Cochrane Database Syst Rev. 2016 Mar 23;3:CD005523.
  15. Kyoung K, Dong-Kyu L, Eun-Kyung K. Effect of aquatic dual-task training on balance and gait in stroke patients. J Phys Ther Sci. 2016 Jul; 28(7): 2044–2047.
  16. Carregaro RL, Toledo AM. Efeitos fisiológicos e evidências científicas da eficácia da fisioterapia aquática. R Movimenta. 2008 1(1):23-27.
  17. Adsett JA, Mudge AM, Morris N, et al. Aquatic exercise training and stable heart failure: A systematic review and meta-analysis. Int J Cardiol. 2015;186:22-8.
  18. Neto MG, Conceição CS, de Jesus FL, et al. Hydrotherapy on exercise capacity, muscle strength and quality of life in patients with heart failure: A meta-analysis. Int J Cardiol. 2015 Nov 1;198:216-9. PMID: 26173056
  19. Cider A, Sveälv BG, Täng MS, et al. Immersion inwarmwater induces improvement in cardiac function in patients with chronic heart failure, Eur. J. Heart Fail. 8 (2006) 308–313.

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